O boletim da Prova Brasil 2013 já pode ser baixado diretamente neste site oficial do Inep. Uma boa leitura do boletim pode revelar pedagogicamente qual o aprendizado dos alunos e ainda permitir que a escola faça comparações adequadas a fim de compreender melhor sua situação dentro do município, estado e do país.
Para auxiliá-lo, o portal QEdu.org.br preparou este especial que o guiará na leitura do boletim.
O boletim é composto de 4 partes:
A primeira página do documento apresenta informações gerais sobre a escola e a sua particpação na Prova Brasil. A primeira informação, nível socieconomico, posiciona a escola em um dos 7 grupos criados pelo Inep, em que quanto maior o número do grupo maior o nível socieconomico da escola. Esta informação é essencial para que as as escolas avalie o desempenho de outras do mesmo grupo, o que deixar a comparação mais justa
Ao lado, também é apresentado o índice de formação dos professores, que corresponde ao percentual de docentes com formação superior adequada à sua posição.
Logo abaixo, em amarelo, mostra-se quantos alunos realizaram a prova e quanto eles representam do total de matriculados na série avaliada. Quanto maior a taxa de participação, maior a representatividade dos dados obtidos.
Esta parte é o coração do boletim e irá dizer o percentual de alunos que se enquadra em cada um dos níveis de aprendizado estipulados.
Assim, é possível ter uma dimensão do que os alunos estão aprendendo de fato. Vamos para um exemplo de leitura em português, 5º ano.
Neste exemplo, 18% dos alunos estão no nível dois de aprendizado, o que significa que é alta a probabilidade de conseguirem realizar atividades do nível 1 e 2, porém, provavelmente não conseguiriam acertar itens com habilidades dos níveis 3, 4, 5 e 6.
Além de conhecer a informação sobre o aprendizado dos alunos da escola, também é possível comparar este resultado. O Boletim permite quatro comparações:
Seguindo no nosso exemplo, podemos observar que no nível 2 existe um número maior de alunos na escola analisada do que nas escolas semelhantes.
Nesta etapa, é importante que a escola consiga visualizar onde desejaria que seus alunos estivessem. Para português, 5º ano, o QEdu usa como referência de aprendizado adequado os alunos a partir do nível 4. Assim, é possível identificar a proporção de alunos estão com aprendizado adequado na escola e fazer uma comparação mais coerente, veja na imagem abaixo:
Neste exemplo, conseguimos observar que a escola em análise está muito próxima, em termos de aprendizado adequado das escolas similares. O mesmo tipo de análise pode ser feito para Brasil, estado e município.
As médias na Prova Brasil também podem ser usadas para comparações. Ressaltamos apenas, que as médias podem esconder desigualdades, fato que não ocorre quando fazemos a leitura de alunos em cada nível de aprendizado.
Ao apresentar os resultados da Prova Brasil e do Saeb, o MEC não tem o intuito de ranquear sistemas, ou impor parâmetros de qualidade que firam a autonomia das redes de ensino.
O objetivo é que os resultados apresentados sejam incorporados pelos professores, diretores, gestores e pela própria sociedade, e que fomentem o debate e um trabalho pedagógico que subsidiem a melhoria da qualidade educacional dos sistemas.
Cada nível da escala apresenta as habilidade que os alunos desenvolveram, com base na média de desempenho e distribuição dos alunos de cada rede ou escola nesta escala e sua interpretação pedagógica, a rede ou a escola pode se comparar seus resultados com seus próprios objetivos, observando, por exemplo, até que ponto as habilidades que foram planejadas para seres trabalhadas com seus alunos foram alcançados.
A Prova Brasil oferece dados riquíssimos sobre o aprendizado, mas para que tenha um uso efetivo é necessário que ocorra uma apropriação pedagógica por parte da escola, compreendendo a necessidade de avançar com os alunos nos níveis, e da parte das equipes de gestão, de realizarem comparações adequadas, usando principalmente, as escolas semelhantes.