O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é o principal indicador da qualidade da educação básica no Brasil. Criado em 2007 pelo Governo Federal, seu cálculo e divulgação são feitos a cada 2 anos pelo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

 Seu principal objetivo é fornecer um diagnóstico objetivo das redes de ensino no Brasil e do cumprimento das metas e objetivos de melhoria da educação. 

A história do Ideb

O Ideb nasceu com o objetivo de oferecer uma métrica objetiva para medir o cumprimento dos compromissos e metas de melhoria da educação estipulados pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), programa lançado pelo MEC em 2007. 

O Ideb sintetiza em um único indicador dois conceitos importantes para aferir a qualidade do ensino no país:

1. Fluxo: representa a taxa de aprovação dos alunos;
2. Aprendizado: corresponde ao resultado dos estudantes no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica).

Assim, há um incentivo para que as escolas, secretarias de educação e redes de ensino trabalhem para garantir tanto o aprendizado adequado dos alunos quanto a progressão escolar ideal.

Como aponta o próprio Inep, “se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter resultados de melhor qualidade no Saeb, o fator fluxo será alterado, indicando a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará igualmente a necessidade de melhoria do sistema.”

Como o Saeb, o Ideb é divulgado a cada 2 anos para todas as escolas, municípios, estados e para a União. 

A meta geral do programa era que o Brasil alcançasse um Ideb 6,0 nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em 2021, considerando escolas públicas e privadas – patamar equivalente à média de aprendizado dos países desenvolvidos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Suécia..

A cada edição, os resultados de cada rede de ensino são comparados às metas projetadas pelo INEP para todos os anos, as chamadas “Metas Intermediárias”. 

Metas intermediárias e evolução do Ideb dos Anos Inicias de todas as escolas do Brasil a cada edição. Explore a evolução do Ideb dos estados, municípios e escolas no QEdu.

Como o Ideb é calculado?

Para produzir um indicador capaz de medir, ao mesmo tempo, o desempenho e a progressão dos alunos de uma escola ou rede de ensino específica, o valor do Ideb é igual à média de Aprendizado da rede multiplicada por sua Taxa de Aprovação:

Fórmula resumida de cálculo do Ideb.

Nesse cálculo, o Aprendizado representa uma média geral, em uma escala de 0 a 10, do desempenho da escola ou rede de ensino no Saeb, calculado a partir das notas obtidas nas provas de Português e Matemática. Então, se uma escola obtém uma nota média 7,52 em Português e 5,89 em Matemática em seu Ensino Médio, sua nota de Aprendizado será a média desses dois valores, ou seja, 4,5.

Já a Taxa de Aprovação representa, em uma escala de 0 a 1, a porcentagem de alunos aprovados em uma série/etapa específica de uma escola ou rede de ensino. 

Um número muito alto de reprovações ou uma taxa de evasão alta, por exemplo, podem diminuir a taxa de aprovação da escola ou rede de ensino, diminuindo, consequentemente, o Ideb. Assim, se em uma escola com 100 alunos matriculados no Ensino Médio, 90 deles passarem de ano, essa escola terá uma Taxa de Aprovação de 0,9 – já que 90% dos alunos foram aprovados.

Se quiséssemos calcular o Ideb dessa nossa escola hipotética, bastaria multiplicarmos o Aprendizado e a Taxa de Aprovação para chegarmos a um Ideb de 6,0.

Para um exemplo mais representativo da realidade, podemos olhar para o cálculo do Ideb do Ensino Médio do Brasil em 2021 que encontramos no QEdu:

Para uma discussão mais aprofundada sobre esse cálculo e as variáveis usadas pelo Inep, confira as Notas Técnicas sobre o Ideb.